Foto: Jéssica Ueno |
P – Você é louco! (explicou chegando em cena com seu caderninho novamente) Do contrário não estaria aqui e do contrário eu não teria emprego e do contrário não poderia ajudá-lo, pois do contrário eu não teria diploma!
I – E daí que você tem diploma?
P – Diploma é justamente o que me faz ter o direito de vir aqui julgá-lo como louco. Aliás... Preciso saber qual o seu problema... A razão de estar aqui.
I – Diga-me a razão de estar aqui.
P – Exatamente o que quero saber.
I – Não. Disse: Diga-me você (ênfase em você) a razão de estar aqui.
P – Eu?
I – Tem mais alguém aqui?
P – Você!
I – De fato.
P – Então!
I – Então?
P – Então quem tem que me dizer quem é você é você!
I – Prefiro que você diga quem é.
P – Mas eu sou o Psicólouco, não posso dizer quem sou, eu devo perguntar quem é você!
I – Há! (trinfante)
P – O quê?
I – Acabou de me dizer quem é. (ri)
P – O quê? Eu não... (percebe que disse) Oh! Que golpe baixo!
I – Obrigado.
P – Não se empolgue... Agora estou esperto! E sabe por quê? Porque tenho um diploma e isso significa que estudei, o que quer dizer que não sou um ignorante qualquer.
I – Um diploma não o impediu de cair no meu jogo na primeira vez...
P – Mas impedirá que caia na segunda...
I – Ah, então admite que caiu na primeira?
P – Sim, não tenho problemas com isso... Agora diga-me quem é?
I – Quem?
P – Você!
I – Se você é o Psicólouco, quem sou eu?
P – É o que quero saber...
I – Deveria saber já...
P – Qual seu nome?! (enfurecendo-se) Deve estar aqui na lista...
I – E o que sou para ter meu nome na sua lista?
P – Um paciente, é claro!
I – Há! (ri novamente)
P – O que foi?
I – Respondeu mais uma pergunta minha. Você é o Psicólouco e agora também disse que sou seu paciente.
P – (urrando de raiva) Estou ficando impaciente com você, paciente!
I – Por quê?
P – É obvio!
I – É?
P – Meu caro paciente. Se fico impaciente com um paciente deve-se calcular que há algo errado aqui, não acha?
I – Agora descobri que está impaciente com o paciente porque há algo errado!
P – (silêncio)
I – Há (vitorioso) [...]
Essa coisa de não querer falar quem somos e esperarmos que os outros respondam quem somos, me faz lembrar que um professor de filosofia nos disse uma vez.
ResponderExcluir"nossos nomes são nossas máscaras"
assim como Hagrid pergunta se Harry e um bruxo ele responte." So Harry, apenas Harry"
ja no caso acima,o paciente sabia que era um paciente naquela situação, so nao sabia quem ele realmente era.
parabéns pelo blog novo. :-)