quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Bala e Prego

No trem, estou de mochila nas costas. Parece que nunca foi diferente. Nunca existi sem a mochila, mas agora estou esquecendo dela. Por que isso? Não encontro resposta nos livros que carrego, muito menos na estante ansiosa que acaba não me oferecendo um bom romance. Na mochila carrego um pacote de balas, porém, também um pacote de pregos. Balas pra quem me sorri. Pregos para quem fecha a cara. Mas que terrível erro, acabei dando pregos para quem me sorria... e ofereci bala pra quem fechou a cara. Por que eu fiz isso? Porque sou idiota. Orgulho de mais, autoestima de menos. Deviam viver juntos... mas não vivem. Brigaram. Se divorciaram. Um odeia o outro. Eu os odeio. Por quê? Porque simplesmente me odeio por me seguirem, queria ficar invisível, mas ao mesmo tempo seria ruim ser sempre ignorado. Bato e peço desculpas. Mas elas não são aceitas, passam despercebidas. Ou será que não são as desculpas certas? Esqueço das pessoas e rezo para que não se esqueçam de mim. Como se fosse justo... Acho que não há tantos erros assim nos círculos que me rodeiam, talvez eles estejam mesmo aqui... na bala com prego que vivo saboreando sem perceber. Ou será que percebo sem saborear?

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