terça-feira, 3 de março de 2015

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As reticências podem devorar vagarosamente a maçã da expectativa, entretanto, elas são os trilhos entre uma estação e outra. Não se pode estar sempre pilotando uma máquina, por uma infinidade de motivos. Um deles é: elas são monstruosas e se alimentam de fogo e dejetam fumaça, ou seja, já mostram que não são boa coisa quando muito quentes ou muito esfumaçadas. Às vezes pegar um jornal e ler, sem esperar que aconteça uma notícia bem a sua frente, é uma coisa boa. Às vezes o conteúdo frio também pode ser saboreável. As janelas abrem, e, mesmo ladeadas, os ocupantes de cada caixa de fósforo não se cumprimentam, e têm esse direito. Monstros urbanos assombram à todos: eles tem asas cinzentas, máscaras sorridentes no rosto, usam colares de tecido apertado e gostam de ir deslizando em busca de vítimas. E será vítima quem se deixar ser...

ou

As reticências podem devorar vagarosamente a maçã da expectativa. Enquanto tenta-se permanecer leve, começam a surgir uma sucessão de bactérias altamente letais, que agem vagarosamente. Estes seres geralmente habitam as cavernas mais inóspitas do cérebro, e costumam se divertir bastante ao escavá-las e conseguir chegar à sala de comando. Os combatentes são chamados, eles vem correndo e levantam suas armas para derrotar essas bactérias, mas elas vão crescendo em uma velocidade alucinante, o que começa a fazer com quem alguns deles, mesmo que bem treinados, desistam de seus postos, e acabem sucumbindo. O sistema digestivo para de ser tão eficaz, pois os últimos verbos ainda estão lá, encrustados nos labirintos, sem se dissolverem. Mais acima, aquele que é incompleto vai cansando de bater, depois de tanto apanhar. Ele está frustrado, nervoso, temeroso com as batalhas de cima e de baixo e está cansado de se ver ao meio. Ele sangra, está desistindo também. E mesmo assim nunca chega o dia da cova...

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