Foto: Quisque |
Entramos em um êxtase gigantesco ao reclamarmos, ao nos reafirmarmos, mas esse processo pode gerar uma impressão digital contrária. Sua alma está necessitada, carente, descrente em si mesma, negativa, e talvez seja esse o eco que permaneça e chegue ao outro, como os guinchos desesperados de um morcego, mesmo sendo aquilo que mais tentamos esconder. Nossa sombra chama mais atenção que nossa luz.
É como se dizendo, dizendo e dizendo, conseguíssemos chegar a uma resposta a nossas perguntas desesperadas. Como se o "compreendo" do outro em resposta fosse um sinal de que estamos no caminho certo, ou que, pelo menos, conseguimos convencer alguém de que é, mesmo que não convençamos a nós com a mesma habilidade. Pensamos que calamos a angústia. Mas não passa muito tempo e re-clamamos. E reclamamos.
Talvez a coisa mais difícil do mundo seja ouvir e não falar. Ouvir aquilo que não faz som algum. Aquilo que está no silêncio de alguém que preferiu se conter para não cair no lugar comum de reclamação. Talvez a escuta ativa seja mais valiosa do que o falar reativo.
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